Pi - Linguagem Matemática

Pi, Ficção científica, EUA, 1998, 85 min, Preto e Branco. Realizador: Darren Aronofsky

Max, um excêntrico jovem, gênio da matemática e da computação, vive em Manhattan escondido da luz do sol e das pessoas. Tem constantes dores de cabeça em consequência de uma experiência que viveu aos seis anos de idade. Aficionado por padrões matemáticos, ele encontra um padrão* universal na bolsa de valores e logo é descoberto por um grupo de Wall Street e, ao mesmo tempo, por um grupo de judeus que acha que o que Max encontrou foi na verdade um padrão no Torá. Os dois grupos perseguem Max com o objetivo de que ele lhes revele detalhes de sua descoberta. Max é aconselhado pelo seu mentor a tomar cuidado, pois sua pesquisa pode levá-lo a consequências muito sérias.

Neste trecho, Max cita suas suposições sobre matemática e números, para ele: 1) a matemática é a linguagem da natureza; 2) tudo pode ser representado e compreendido por meio de números; 3) ao fazer gráficos de números de qualquer sistema, surgem padrões. Portanto, há padrões em tudo na natureza. Para ele são evidências disso: o ciclo das epidemias, o aumento e a diminuição da população de caribus¹, os ciclos das manchas solares, a cheia e a baixa do Nilo, são evidências que podem confirmar essas suposições. Max levanta a hipótese de que a bolsa de valores também segue um padrão. É em função dessa hipótese que ele começa a ser perseguido. Ao final desse trecho ele rejeita uma chamada telefônica em que uma empresa está tentando fazer contato com ele.

Esse trecho pode contribuir para o debate sobre padrões matemáticos e teoria do caos no Ensino Médio. A Teoria do caos trata de sistemas complexos e dinâmicos e os cálculos que a envolvem são utilizados para, por exemplo, descrever e entender fenômenos meteorológicos, variações no mercado financeiro e crescimento de populações.

¹O caribu é uma forma norte-americana da rena que vive na tundra ártica em grandes manadas de 20.000 ou mais indivíduos. Duas vezes por ano percorrem 1.000 km ou mais entre os seus territórios estivais e de inverno, assolados por lobos e homens.

Os caribús reúnem-se no verão em campos de neve e a uma altitude elevada, para escaparem a inimigos de menores dimensões - hordas de moscas que os picam. No Inverno os caribus escavam a neve com os cascos para procurar alimento - daí o seu nome, que significa «o que trabalha com os pés» na língua dos índios Micmac.

* Padões numéricos estão ligados à ideia de algum tipo de regularidade na qual se possa identificar uma lei que permita continuar a sequência numérica e chegar à generalização. (VALE e PIMENTEL, 2005, p. 14)

Referência

VALE, Isabel e PIMENTEL, Tereza. Padrões: um tema transversal do currículo. In: Educação e Matemática. n. 85. Portugal: Associação dos Professores de Matemática. Novembro/Dezembro, 2005. p. 14-20.

Produção: Darren Aronofsky