Disciplina - Matemática

Matemática

04/03/2011

Mulheres na Matemática

A primeira mulher que rompeu a barreira do preconceito e entrou para a História foi Hipatia de Alexandria. Nascida no ano 370 d.C., teve no seu pai, Teon de Alexandria, o maior incentivo para os estudos.
Viajou pela Grécia, estudou os principais filósofos da época, como Platão, até se tornar professora e diretora da Academia de Alexandria.
Os trabalhos mais importantes dessa mulher, foram os comentários sobre trabalhos de matemáticos de renome como Ptolomeu, Diofante e Apolônio, que eram os trabalhos mais importantes e complexos da época. Também teve importância na área das invenções: desenvolveu uma espécie de densímetro e também um astrolábio.
A postura e as ideias de Hipatia eram tão ousadas para sua época (ela acreditava que o Universo era regido por Leis Matemáticas), que em pouco tempo seu prestígio despertou a inveja de alguns, e ela acabou se tornando uma ameaça para outros, principalmente para o alto escalão da Igreja que a considerava uma pagã.
Foi perseguida e cruelmente torturada até a morte (415 d.C.) e ainda teve seu corpo esquartejado e queimado em pedaços que se espalharam pelas ruas.
Triste fim para uma jovem mulher que ousou romper as barreiras da sociedade e da mente humana.
Outra mulher que revolucionou sua época e rompeu as barreiras do preconceito foi Marie-Sophie Germain. Nascida na França, Sophie era filha de um comerciante, e foi na biblioteca de sua casa que sua curiosidade a fez estudar sozinha obras de Euler, Newton, nascendo assim sua paixão pela Matemática, em específico pela Teoria dos Números.
A Escola Politécnica de Paris, fundada em 1794, era destinada apenas aos homens. Sophie, sabendo que não seria aceita, assumiu a identidade de um ex-aluno chamado Monsieur Antoine-August Le Blanc, e assim passou a receber semanalmente correspondências da Escola com problemas que ela resolvia e mandava de volta para a instituição. Não foi preciso muito tempo para que o supervisor do curso, Joseph Louis Lagrange, ficasse impressionado com o ótimo e notável desempenho de um aluno que nunca havia se destacado. Lagrange solicitou a “Le Blanc” um encontro pessoal, e Sophie Germain acabou contando a verdade. Para a surpresa da nossa heroína, ele se tornou seu amigo, e se propôs a orientar seus estudos.
Aos vinte anos, Sophie se interessou pela teoria dos números, e passou a se corresponder com Carl Friedrich Gauss, porém retomou a antiga identidade de Le Blanc. A verdade só foi descoberta por Gauss quando Napoleão Bonaparte invadiu a Prússia em 1806. Sophie Germain, que tinha respeito na França, pediu ao general encarregado das tropas invasoras que garantisse a segurança de Gauss, que ficou surpreso ao saber que sua salvadora era também o “amigo” que por muitas vezes trocou cartas e opiniões sobre teoremas.
Sophie também atuou no campo da Física, contribuindo para a teoria da elasticidade, cujos resultados ajudaram na construção da Torre Eiffel. Mas seu principal trabalho foi na Matemática, tentando resolver o Último Teorema de Fermat. Encontrou resultados importantes sobre os números primos, recebendo por eles uma medalha do Instituto de França, e se tornou a primeira mulher que, não sendo a esposa de um membro, podia participar das conferências da Academia de Ciências.
Antes de receber um título de grau honorário da Universidade de Göttingen (a pedido de Gauss), Sophie Germain morreu de câncer no seio. Sem dúvida alguma essa foi a mulher de maior capacidade intelectual na Matemática, e apesar disso a notícia oficial de sua morte a classificava como uma “mulher solteira e sem profissão”. Infelizmente, em pleno século XVIII, na França, ainda existia preconceito contra as mulheres que ousavam demais.
Fonte: Click e Aprenda. Artigos publicados em 11/05/2009 e 18/05/2009.
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