Disciplina - Matemática

Matemática

12/06/2017

Professores de 15 anos...

Professores de 15 anos ensinam matemática a 300 alunos em projeto voluntário de Santa Isabel


Adolescentes são medalhistas em Olimpíadas de Matemática e transferem conhecimento a alunos do sexto ao nono ano de escolas públicas da cidade.

O projeto Olimpícos de Santa Isabel - de um grupo de voluntários - está mudando a realidade de muitos estudantes de Santa Isabel. Adolescentes "feras" na área de exatas dão aulas com foco, principalmente, nas Olimpíadas de Matemática. As aulas são leves e o jeito de ensinar é tão bacana que os jovens professores lotam dez salas de aula com estudantes do sexto ao nono ano. E isso acontece em todas as manhãs de domingo!.

Conhecimento tem cores e o dourado cai muito bem. “Eu ganhei uma que foi a Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas em 2012 e provavelmente foi essa que me fez ir pra escola particular”, disse Luan Brutos.

O ouro valeu pontos num extenso processo de seleção e Luan ganhou bolsa de estudos integral para o ensino médio e daí em diante uma coleção de outras medalhas em olimpíadas escolares. A bolsa de estudos é num dos colégios mais renomados de São Paulo. O dia para o menino de Santa Isabel começa bem mais cedo do que para os colegas. “Acordo às 3h30. Acordamos e por volta das 4h20 saímos para ele pegar o ônibus até a estação”, pai do Luan.

No projeto Olímpicos de Santa Isabel, chamado pelos participantes de OSI, cerca de 300 meninos e meninas do quinto ao nono ano estudam por vontade própria aos fins de semana. “São muito boas as aulas, sempre gostei gostei de vir porque os professores são muito legais”, diz o aluno Matheus de Paulo Oliveira, de 13 anos.

"Engenharia é a coisa principal que eu mais adoro. Eu já tenho planos. Quero ir pra aeronáutica quando estiver no ensino médio", diz Alfredo Bernardes de Lima, de 10 anos.

Mas como pode isso? Crianças gostando de estudar aos domingos? Uma das respostas pode ser os professores, que são todos voluntários e bem novinhos, têm 14 e 15 anos. E um deles é Luan. Ele está a frente dos alunos porque já foi um deles. “Eu acho legal porque eu já fui ajudado pelo projeto, então, tipo, eu fico feliz de poder ajudar também."

A classe confirma a preferência pelos professores que são como eles. “Eles não explicam igual professor, eles explicam de um jeito mais fácil”, diz Ana Carolina Taqueuti, de 12 anos.

“Eu era muito ruim, tinha medo de fazer provas. Depois que comecei a frequentar as aulas de matemática, perdi medo de fazer provas e comecei a tirar notas boas”, disse Sávio Lopes Pedroso, de 12 anos.

Ana Paula Faria foi aluna por 4 anos e, depois, como professora, ficou mais 2 anos e meio. Com tanto empenho, não poderia deixar de ser medalhista! O que mais mexe com a vaidade, ela guarda na caixinha de maquiagens: primeiro, segundo e terceiro lugares nas mais diversas olimpíadas de conhecimentos. Hoje ela é estudante de química na Unicamp, Universidade Estadual, em Campinas, no interior de São Paulo. “Considerando que eu estou fazendo uma faculdade de Ciências, as olimpíadas, elas prepararam a minha base para conseguir estar fazendo uma matéria tão importante que é a química hoje em dia, então ela é importante pra minha vida como um todo.”
Esta noticia foi publicada em 08/06/2017 no site http://g1.globo.com/. Todas as informações contidas são responsabilidade do autor.
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